Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

quinta-feira, 15 de março de 2012

o passado nunca mais

abra-te sésamo, bradou o ladrão de Bagdá!
o passado não vem mais, grito agora às portas do seu palacete!
por não estar colado e imerso em meu tempo posso analisar o passado
como o espelho que apenas nos reflete se mantermos certa distância
meu presente está fraturado, rompido e não me é possível colá-lo.
não posso ver através da luz, restou-me somente a análise do obscuro
como em um poema de Mandel’stam olho para trás com um sorriso insensato,
fraco e cruel posso apenas contemplar minhas pegadas
outrora ao lado delas existiam as suas
elas já se apagaram
o passado não volta mais!

Um comentário:

a.f. disse...

insensatez, que você fez?