Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

sexta-feira, 2 de novembro de 2012

pra me manter acordado


Passou do dia, da hora, do minuto. Passou sem que devesse passar. Nesses momentos vagos sobram sempre os pensamentos lamuriosos. Uma exaustão do que estava jurado de esquecimento. Passou sem que devesse passar. A lágrima escondida, a vontade reprimida. Perceptível a minha não reação para que a reação se tenha, perceptível e ninguém percebe. Os livros na estante vão pegando poeira, empoeirando também se vai o meu bom senso. Há um pouco de preguiça aqui. Paro nos cantos de corações apertados, onde andará o amor?
Nesse estranho desejo de querer, qualquer coisa. Nesse desejo de ser querido, por qualquer um. Mal imaginam o esforço para ficar por aqui. Um cotidiano que se tornou enfadonho. Paro nos cantos de corações apertados, pra que servem os amigos se não os tenho? Preciso parar de escolher as pessoas, preciso parar de enjoar delas. E estamos nos ilhando. Vazio.
Descrente de algo que possa repelir o caos, mas ainda esperando a sua resposta.
Passou sem que devesse passar.
Sinto saudades, não é de você, mas ainda não sei do que. Continuo com jus as minhas juras.


“Eu brindo meu encontro com café pra me manter acordado”
victor moraes