Passou do dia, da
hora, do minuto. Passou sem que devesse passar. Nesses momentos vagos sobram
sempre os pensamentos lamuriosos. Uma exaustão do
que estava jurado de esquecimento. Passou sem que devesse passar. A
lágrima escondida, a vontade reprimida. Perceptível a minha não reação para que
a reação se tenha, perceptível e ninguém percebe. Os livros na estante vão
pegando poeira, empoeirando também se vai o meu bom senso. Há um pouco de
preguiça aqui. Paro nos cantos de corações apertados, onde andará o amor?
Nesse estranho
desejo de querer, qualquer coisa. Nesse desejo de ser querido, por qualquer um.
Mal imaginam o esforço para ficar por aqui. Um cotidiano que se tornou
enfadonho. Paro nos cantos de corações apertados, pra que servem os amigos se
não os tenho? Preciso parar de escolher as pessoas, preciso parar de enjoar
delas. E
estamos nos ilhando. Vazio.
Descrente de algo
que possa repelir o caos, mas ainda esperando a sua resposta.
Passou sem que
devesse passar.
Sinto saudades, não
é de você, mas ainda não sei do que. Continuo com jus as minhas juras.
“Eu brindo meu encontro com café pra
me manter acordado”
victor moraes