Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

sábado, 26 de abril de 2014

presente
pré sente
pressente
futuro

ode ao moderno

a língua portuguesa que me desculpe
mas considero um anacronismo
os querer-te, fazer-te, amar-te

o mundo moderno não tem hífem-te
tem espaço só para pausas, suspiros,
(des)construção

segunda-feira, 21 de abril de 2014

estrelas em mosaico
as luzes do outdoor que cintilam
é só haikai de feli(z)cidade

(aguardando uma imagem que (com)ponha esse poema)

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Piano bar

e agora você só tem olhos pras garotas de ipanema

"você me ligou naquela tarde vazia, e me valeu o dia"
todos os dias
chega pra cá
que aqui desse ângulo
seu corpo fica melhor com o meu

"que esse lance de um tempo nunca funcionou pra nós dois"

dividida


Jusqu'à La Mort

outono
e os pés com plantas

"e o quotidiano da minha vida complicou-se" Hilda Hilst

Little Red Fish

o peixe do aquário
no pequeno retângulo de água
só tem água e oxigênio
para o peixe do aquário

"mas tinha que respirar, todo dia, todo dia, todo dia."

sexta-feira, 4 de abril de 2014

Rule My World

o teu corpo na fotografia
daqueles primeiros anos de ginásio
o teu corpo  distante
tal qual a flor do lácio

o teu corpo em pena e poema
num instante
o t(eu) corpo estirado no m(eu) quarto

calor nº 1

o sol entra pela fresta da janela
o ventilador ligado

se a gente não morre de calor
morre de tédio