Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

• era o começo

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Encontrar alguém legal para ficar. Essa é toda a resolução do problema chamado VIDA? Encontrar um amor, uma pessoa que te completa e que te faça bem, faz com que você tenha a obrigação de ser feliz para sempre? Não. Não creio que seja assim.
Esse amor será só um, ou há milhares de pessoas que te completam? Quem sabe dizer se a metade que você tem agora é realmente, a metade que te pertence para sempre? E há a desesperadora possibilidade de ela ser sua metade, mas você nem chegar perto de ser a dela. O coração - amargurado pela rejeição, pela dor, pelo sofrimento, por sua GRANDE competência de ser exatamente o que ela não procurava – se fecha pra qualquer outro sentimento que possa aparecer desfilando por aí. É aí que você se vê sozinha e fria, dura, para qualquer plano pertencente ao futuro. Aquele velho sonho que ocupou sua cabeça desde sempre, agora não passa de uma obrigação adquirida. As pessoas essenciais para você -eram mesmo – agora nem fazem falta para sua vida. Você não se sente a vontade para procurá-los, e muito menos vontade. Agora há uma procura desenfreada para achar alguém que tire de dentro de você, aquele ser amador que ainda há alguns meses, vivia e se mostrava eterno. Eterno, você acaba de chegar à conclusão de que ele não era. Ele foi embora, se escondeu em algum lugar muito frio, escuro e doloroso demais. E não se espante, mas esse lugar está dentro de você; dói pensar em procurá-lo, mas dói mais ainda, saber que pode procurar e nunca mais vê-lo. E você tem a certeza, de que não o verá de novo. Ele foi embora junto com a certeza de que um dia, assim como nos contos de fadas, seu amor eterno apareceria.
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Araguari, 25 de janeiro de 2010 – 23:13
Paula Cecília Borges Mendes
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Um comentário:

Bruno P.R. disse...

Que bunito..
:D