O barulho
frenético dos carros que passam na rua e atrapalham a música do que poderia ser
um entardecer tranquilo. São seis da tarde e não se pode ouvir o bater do
próprio coração tamanho é o alarido dissonante do fim do dia. Impossível seria
continuar nessa vida, todos os dias, de todas as horas a fio sem um pingo de
estresse. Com o tempo as pessoas e os dias ficam menos tolerantes. Com o tempo
esse barulho excessivo incomoda. Com o tempo não ter tempo para simplesmente
contemplar a vida, nem que seja essa mesma vida mediocrezinha de todos os dias,
cansa. Até quando os barulhos ensurdecedores das buzinas dos carros, das
pessoas falando alto nos lugares fechados, o ronco do motor, o som alto da
televisão, dos toques de celulares, das pessoas que não conhecem os fones de
ouvido serão mais alto que a voz de nossa própria mente? Até quando
aguentaremos o barulho das grandes metrópoles e voltaremos para casa cansados
do dia exaustivo e infrutífero de trabalho? Até quando viver vai ser esse
acordar cedo e dormir tarde sem nenhum retorno benéfico? Até que ponto a nossa
mente aguenta sem enlouquecer?
Hoje eu queria
que o mundo fosse feito de silêncio.
“Sua meta é a seta no alvo,
Mas o alvo, na certa, não te espera.
então me diz qual é a graça”
Mas o alvo, na certa, não te espera.
então me diz qual é a graça”
2 comentários:
Até quando?
Pelo menos esse barulho todo valeu esse texto foda!
A Paz
Gilberto Gil
A paz invadiu o meu coração
De repente, me encheu de paz
Como se o vento de um tufão
Arrancasse meus pés do chão
Onde eu já não me enterro mais
A paz fez um mar da revolução
Invadir meu destino; A paz
Como aquela grande explosão
Uma bomba sobre o Japão
Fez nascer o Japão da paz
Eu pensei em mim
Eu pensei em ti
Eu chorei por nós
Que contradição
Só a guerra faz
Nosso amor em paz
Eu vim
Vim parar na beira do cais
Onde a estrada chegou ao fim
Onde o fim da tarde é lilás
Onde o mar arrebenta em mim
O lamento de tantos "ais"
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