Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

quarta-feira, 5 de março de 2014

Horas mortas




Você foi embora e não se despediu
Soubesse antes teria escrito uma carta só pra ficar guardada, quiçá com alguns borrados pelas lágrimas
Talvez pouco te choraram
Os letreiros, as ruas, até mesmos os nomes das ruas continuaram a mudar

Às vezes sobra apenas o cheio/vazio da solidão
E estar cheio de tudo – ainda que de solidão – quase não leva a lugar algum

A voz calada
A alma silenciada
As horas mortas
A felicidade inexistente

Porque desde o dia que você foi embora só há um pequeno esforço de continuar respirando
Você foi embora e levou um pequeno pedaço vital de mim

Não há muito o que buscar na memória
A gente tenta atravessar a vida atrás de pequenas revelações
Porque no fim todos sabemos que a vida não tem sentido algum

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