Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

setembro

Busco respostas e encontro apenas o vazio. O barco parte para longe do cais. Em breve não mais o verei. Sinto o cheiro de tinta do barco recém pintado de vermelho. Não lançarão sua ancora no meio do mar. Os ventos fortes talvez nos destrocem. Estarei à deriva por um longo tempo. Longe da fortuna de todas as suas coisas. A espera de um dia frio em que se possa enfim descansar. O barco à deriva no mar me afastará dos longos pesadelos noturnos. Estaremos bem longe do cais. No meio do mar as estrelas são mais visíveis, o céu é mais bonito, “é doce morrer no mar”.

“Chega o Sol, mas não chega o amanha.
Chega a chuva, mas não chega o frio.
Chega você, mas não chega o amor.”

rafael de lima fonseca

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