Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

sábado, 22 de outubro de 2011

ela disse adeus


Pela rua, carros e postes. Cabelo ao vento e o corpo tatuado. Andou por ruas que não conhecia e visitou bares esperando encontrar no rosto de alguém o rosto exato dele. Foi a festas esperando encontrar no corpo de alguém o mesmo corpo que há pouco lhe dava abrigo. Vinte dias haviam se passado desde que anunciara o derradeiro fim. Uma nova tatuagem no corpo marcaria o espaço de uma vida.
Pela janela aberta em que ele se debruçou na mesma espera inútil em que ninguém apareceu, ele a viu partir.
Dias depois o encontraram caído perto dos livros. Estava morto.
Quando ela recebeu a notícia não poderia esboçar mais nenhuma reação. Nada poderia ser feito. Ninguém muda o que está escrito. Nem paz nem culpa no coração. Nenhuma reação.


“Ela disse adeus, e chorou,
já sem nenhum sinal de amor.
Ela se vestiu, e se olhou;
sem luxo, mas se perfumou.
Lágrimas por ninguém,
só porque, é triste o fim.
Outro amor se acabou”

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