Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Morrer é uma merda



Morrer é uma merda. Não falo isso porque estou morta, quem dera pudesse ser Brás Cubas e compor essas memórias do além-túmulo.  Mas quando se morre a memória fica aí e as pessoas fazem dela o que quiser. É um eterno falar pelas costas. Espero que do céu ou do inferno as orelhas não queimem, não devem, assim como a mão não deve coçar indicando dinheiro. Morrer deve ser realmente uma merda, mas merda pior ainda é continuar  vivo e ver o eterno falar pelas costas, e não as nossas. Tenho usado muito a palavra merda, mas não se assuste caro leitor, ainda é menos impactante que desgraça, embora desgraça reflita melhor a atual situação. Nunca pensei que merda poderia ser uma palavra usada quase como eufemismo. Tenho perdido bastante tempo revisando os últimos acontecimentos, encaixando fatos, reclassificando frases a esmo. Cada dia é uma descoberta nova e estúpida. Não sei quando isso vai parar. Logo eu, essa pessoa, que se pudesse deixava a vida sempre como está.
Agora tenho que conviver com a eterna desgraça de só saber a versão do Dom Casmurro.

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