Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

o dia em que eu o encontrei

“São aqueles que vêm do nada
e partem para lugar nenhum.
Alguém que aparece de repente,
que ninguém sabe de onde veio nem para onde vai
A man out of nowhere.”

(Nelson Brissac Peixoto: Cenários em Ruínas)




O dia que eu encontrei o homem da minha vida.
Ele tinha os olhos pequenos e o cabelo bagunçado.
Usava jeans e camiseta.

De tão inteligente poderia falar sobre qualquer coisa this world
E conheceria qualquer coisa.
E teria piadas para todas as situações.
E filmes.
E nada.

E poderia ser o melhor em tudo.
E até o que havia de pior dentro dele eu não me recusava a conhecer.
E entenderia.
Inventaria horas só para que seu dia fosse maior.
Mesmo que a tristeza fosse mais profunda.

De tão distante e sozinho eu nunca pediria nada em troca.
E não importaria.
E isso não era (des)amor ou falta de amor próprio.
Só era.

E é certo que cada um vê a vida da forma como quer.
E é feliz como é.

O dia que eu encontrei o homem da minha vida.
Ele tinha os olhos pequenos e o cabelo bagunçado.
Usava jeans e camiseta.

Acho que era a pessoa mais triste this world.
E parecia que era minha aquela solidão.

De tão lindo poderia ser o que quisesse ser.
E seria qualquer coisa.
E teria explicações para todas situações.
E sonhos.
Só precisava querer.

Ele decidiu partir.
Pediu para que eu não o seguisse.

E aquela garota a que eu poderia chamar de eu.
Nada mais poderia fazer.
Ainda que em sonho desejasse todo o bem do mundo a ele.

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