Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

quem irá nos proteger?

“Meu bem, meu bem, meu bem
Ouça o mau tom do alheio

Quem irá nos proteger?

...

E talvez não fosse para sempre, mas quem iria saber? Há pouco havia desacreditado de Deus e de todos seus caminhos feitos. Não importava o que viria a ser, não poderia perder mais tempo, não havia dúvida, nem lugar comum. Foi o simples deixar de acreditar em uma força interior que revelaria o quão duradouro seria, para um deixar-se levar. Não importava os caminhos doutros. Não importava mais se era falta, se era amor, se era uma coisa qualquer. Não era preciso respostas. E ainda que o mapa astral dissesse que eles dariam certo, não seria necessário. Tudo havia voltado ao normal. Poderia enfim descansar.

Colocou um ponto final nas longas esperas e nas noites com a cama vazia. E se é um intento ou mal intento não importa. Não é a busca de respostas, é a coisa em si. Ela espera, somente espera que dê certo, e se não der é só colocar um jeans novo e pintar o mundo de outra cor.

Alguma coisa quando estava dormindo continuava acordada. Então não importaria, era isso ou mundo todo de ponta cabeça. Porque não importaria o futuro, entre a experiência e a expectativa existia o momento, e esse era insubstituível. Nada poderia mudar das horas em que passam juntos ouvindo uma música qualquer naquela caixa de som antiga, quando a janela do quarto é fechada ao meio dia só para virar meia noite, onde os sonhos enfim estão seguros. E não mais se surpreende quando o pega sorrindo sem motivo aparente algum. E não importa nem mesmo o que ele está pensando nesse momento. Não há motivo para transpor os óculos e seus olhos semifechadossemiabertos para entender qualquer coisa da alma.

E é bom esse estar junto agora. E eterniza qualquer momento, pois dá vida nada se sabe, e amanhã pode não mais o ter.

...A inveja é a vontade de ter o que não é seu
O ciúme é o medo
De tomarem o que é meu
Não nos sirva a ninguém
Dê à ingenuidade adeus
Muitos querem se vestir
Do que não lhes fica bem
Sempre imitando o alheio
Maledicenciando em vão
Não nos sirva a ninguém
Dê à ingenuidade adeus

Príncipe sem um tostão
Sim. Era pra você a carta de amor
Que disseram ser para um terceiro
Preparei a nossa casa
Chame alguém para um café
Nosso amor é nossa cama

Não empreste a ninguém, não

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