Sempre que escrevo um poema, um poeta de verdade se remexe no túmulo, por dor ou por pena
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domingo, 29 de julho de 2012

o café quente

O café quente. Um não entender de tanto querer, assim às claras. Não deu pra evitar, fugir, mentir, esconder-se. Quem dera me livrar pra sempre de mim mesmo é só me reencontrar lá no teu doce abismo. Involuntariamente passei por você, voluntariamente decidi passear de volta. Preenche o vazio da falta de sono com algumas sérias palavras. Zera-me e nada mais te peço. Arranca de mim esse medo mortal de viver. Escrevo e imagino; a mão segurando a caneta e a vontade apertando o peito. Y el que quiera creer que crea. Y el que no, su razón tendrá. Y que la escuche quien la quiera escuchar. Doce ilusão e bendita loucura. Não posso mais me esquecer do momento em que me encontrei em ti. Seu firme aperto de mão, seu molhado beijo que nem sei. Esses são dias de suspiros tensos.

“Lavrador ou semideus. Queima de amor, seja como for
Tema de Amor

morre a insensatez

Hoje,
29 de julho de 2012,
eis que morre o Insensatez
e nasce
Cavar flores sem lhe ver!

Outrora cantou Belzinho:

Nunca mais você saiu à rua em grupo reunido
O dedo em V, cabelo ao vento, amor e flor, quero cartaz

No presente a mente, o corpo é diferente
E o passado é uma roupa que não nos serve mais

quinta-feira, 28 de julho de 2011

só não se perca ao entrar...

Procuraria por uma trilha sonora, pois como bem se sabe todas as cenas da vida necessitam de uma. E não encontraria porque talvez dessa vez não se tratasse de uma cena qualquer. Então tentaria se lembrar de gestos e atitudes, qualquer vestígio ou sinal que indicasse que algo poderia dar certo. E não lembraria porque estava distraída demais para notar qualquer coisa, e descobrira a pouco que não tinha a memória muito boa. E nessa linha tênue, que separa versos de um lado e doutro, que a pouco lembrara existir, talvez pudesse compor poemas inteiros. Mas agora não saberia dizer se o convite quase feito realmente se tratava de um convite, ou seria apenas uma dessas propostas que se fazem descompromissadamente a esmo. E tentaria inutilmente rememorar onde haveria deixado aquela resposta que deveria ter sido dada no momento certo, ou se deveria acreditar em acaso, ou escolhas. E como não tinha a memória muito boa e estava distraída demais para perceber qualquer sinal, ainda que dos astros, a busca seria ineficaz, e só faria lembrar a sua incapacidade de mentir, ainda que soubesse esconder sentimentos muito bem. E não poderia dizer ao certo se era o caso de pensar nesses imprevistos, que de uma forma ou de outra, acusam que nem sempre se tem o controle do destino. E então agora acreditaria ela em destino, como tantas outras vezes acreditara, até o momento certo em que a linha se rompia e a vida era novamente entregue aos deuses ou ...
E colocaria todos os versos e todos os textos e todas as propostas no futuro do pretérito porque lá era certo que não se apagaria a qualquer brisa do tempo. E então tomaria um café aqui ou em Paris, e riria de todas as piadas sem graça e dos comentários sem sentido. E se isso não era amor não poderia saber o que é, e não se atreveria a descobrir sob o risco de se extinguir. E estando longe mandaria postais e fotos, como se do outro lado do mundo o amor fosse mais bonito. E o amaria com todo o sentido que a palavra carrega. Por um instante, ou pela eternidade.



E ao senhor de iludir manda avisar
Que este daqui tem muito mais amor pra dar ♪

sábado, 10 de julho de 2010

• amado '

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Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu ...
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Ainda que não houvesse sol o dia estava com o colorido diferente. Colorido? Preto e branco, preto e branco, branco preto. Seria noite? A janela no quarto não poderia dizer que horas eram. Escuro. Como o coração a pouco ficara. As coisas não se moviam, as horas menos. De qualquer forma sabia que não iria vê-lo. Aliás, isso por um mês, ou mais. O telefone não tocaria. Ela mal sabia o seu nome. As coisas de fora não tinham um movimento especial, mas as de dentro (re)surgiam. Droga. Mais uma vez. Já não tinha poder algum. Não poderia recuar nem desviar o caminho. Um palpitar mais acelerado do coração quando ele passa. elE vem, e ninguém mais belO vem em minha direção... Quem sabe amor, batera na porta novamente. Encanto. O mundo mais colorido com o sorriso dele. Daqueles sorrisos de querer se ver toda manhã, ou noite. Tinha uma vaga lembrança de tê-lo visto dois ou três anos atrás. Não sabia se era uma invenção da memória, ou uma projeção de alguém que de fato queria ter notado nesses dois ou três anos atrás. Num evento especial. Esboçou no ar uma tentaiva de aproximação. Impossível. Seria demais, até para ela. Perdera o jeito com conquistas ou talvez nunca o tivera.
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... Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você ♪
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( Não posso esperar.
Tenho a mesa posta, toalhas brancas, ombros moles
e uma alma que só saber viver presentes. )
caio fernando abreu.
itálico: pequena modificação em 'na estrada' de marisa monte